Uma introdução à identificação de rochas e minerais

Materiais inorgânicos de origem natural como rochas e minerais têm fascinado os seres humanos por muito tempo. Esteja você estudando a história de uma região geológica, identificando suplementos necessários para manter um corpo humano saudável, coletando pedras coloridas, ou escolhendo quais pedras preciosas deixará de herança para os seus descendentes, rochas e minerais têm sido uma parte importante, antiga e bastante interligada à história humana. Porém, as diferenças essenciais entre rochas e minerais podem ser vagas ou confusas para aqueles que não estão familiarizados com o assunto. Este artigo mostrará as diferenças entre rochas, minerais e pedras polidas, para melhor esclarecer as propriedades e qualidades únicas de cada um deles.

Classificação das rochas

Em poucas palavras, uma rocha é uma acumulação sólida de um ou mais minerais. Cada rocha é composta de diferentes combinações e quantidades de vários minerais que mudam continuamente ao longo do tempo com a temperatura e a pressão. Como as rochas não são uniformes em composição, elas não podem ser classificadas pelo material de que são feitas. Ao invés disso, as rochas são classificadas pelos modos como foram formadas através dos processos naturais. Geologistas e outros geocientistas categorizam as rochas em três diferentes classificações, que serão explicadas abaixo.

A primeira categoria de rochas são as rochas ígneas (ou magmáticas). Com a raiz ignis- vindo da palavra usada para “fogo” em latim, as rochas ígneas geralmente são rochas duras formadas dentro de vulcões ou nas profundezas do manto e crosta terrestres, onde a temperatura é extraordinariamente quente. Rochas ígneas começam como magma, que é rocha derretida. O magma é menos denso do que a rocha sólida, o que faz com que ele suba em direção à superfície da Terra. Rochas ígneas podem ainda ser diferenciadas entre rochas ígneas extrusivas e intrusivas. A rocha ígnea extrusiva é o resultado da lava que alcançou a superfície da Terra e passou pelo processo de esfriamento e endurecimento. Exemplos comuns de rochas ígneas extrusivas são as rochas vulcânicas, a obsidiana e as cinzas vulcânicas. Rochas ígneas intrusivas são tipicamente formadas bem fundo no subterrâneo quando o magma se encontra com camadas preexistentes de rocha e então, com o tempo, é empurrado para a superfície. Exemplos de rochas ígneas intrusivas são o granito e o basalto.

A segunda categoria de rochas é chamada de rocha sedimentar. Sendo o tipo mais comum de rocha, a rocha sedimentar é o agregado de sedimento compactado dentro d’água que endureceu com o tempo. A rocha sedimentar geralmente é formada quando pequenos pedaços de rocha e minerais são quebrados através de um processo conhecido como intemperismo. Por isso, a rocha sedimentar normalmente possui uma aparência em camadas. Esses pedaços de rocha se assentam no fundo de corpos d’água e lentamente formam um único pedaço sólido de rocha nova através de cimentação, compactação e recristalização. Alguns exemplos de rochas sedimentares são o arenito, o calcário e o folhelho.

Por último, a terceira categoria de rochas é chamada de rocha metamórfica. A palavra “metamórfica” tem sua origem na língua grega e significa “mudar de forma”. Rochas metamórficas começam como rochas ígneas ou sedimentares e passam por uma transformação física ou química através de calor ou pressão intensos, resultando em uma nova rocha. Exigindo fatores como calor e pressão para ter sua composição alterada, a rocha metamórfica normalmente é encontrada profundamente inserida na crosta terrestre, e geralmente é mais dura do que a rocha ígnea e a sedimentar. Cadeias montanhosas geralmente são feitas de rochas metamórficas, e a presença de rochas metamórficas em planícies montanhosas ou planas sugere que a área já tenha tido montanhas em algum momento, mas que acabaram erodidas até desaparecer.

A rocha metamórfica pode ser formada de três maneiras distintas: metamorfismo de contato, regional ou dinâmico. Metamorfismo de contato ocorre quando o magma entra em contato com uma rocha existente, aumentando sua temperatura e produzindo uma rocha não foliada, ou uma rocha sem clivagem, ou uma aparência de faixas. Exemplos de rochas não foliadas são o mármore, o cornubianito e o quartzito. Rochas metamórficas originadas a partir de metamorfismo regional são sujeitas a tremendas quantidades de pressão que resultam em rochas foliadas quebradas e dobradas, como o gnaisse e o xisto. Metamorfismo dinâmico envolve imenso calor e pressão, fazendo com que a rocha se distorça, dobre, achate e cisalhe.

Classificação dos minerais

Minerais são substâncias inorgânicas sólidas, de ocorrência natural e com uma estrutura química bem definida. Minerais podem ser feitos a partir de um único elemento, como o ouro, ou de uma combinação de elementos, como o sal (feito do composto químico cloreto de sódio). A diferença entre rochas e minerais está na composição dos minerais e no modo como eles são cientificamente categorizados. Minerais têm estruturas químicas específicas que permitem que eles sejam classificados de acordo com a sua composição química, enquanto a composição de uma rocha ao longo de sua estrutura quase nunca é consistente. A Terra é o lar de mais de 2.000 minerais, mas apenas 30 deles compõem a maioria das rochas no planeta. De maneira similar, embora existam 92 elementos de origem natural na Terra, apenas oito deles são encontrados na vasta maioria dos minerais. Esses oito elementos são: oxigênio, silício, alumínio, ferro, cálcio, sódio, potássio e magnésio.

Os minerais frequentemente são divididos em dois subgrupos: silicatos e não silicatos. Silicatos, ou minerais que contêm silício e oxigênio, compõem mais de 90% da crosta terrestre. Minerais que não contêm esses dois elementos são simplesmente classificados como não silicatos. Exemplos de não silicatos são: calcita, sal de cozinha, enxofre e cobre. Além disso, minerais podem ser categorizados de acordo com suas estruturas físicas. Minerais comumente encontrados geralmente possuem uma estrutura de cristal, que é formada por um padrão tridimensional repetitivo e igualmente espaçado de átomos, íons ou moléculas. Porém, minerais que não são encontrados com uma estrutura ordenada e cristalina são conhecidos como sólidos amorfos.

Minerais são classificados dentro de um conjunto específico de critérios por meio das propriedades que apresentam. Propriedades como lustre, dureza, traço, clivagem, gravidade específica (densidade) e cor ajudam os mineralogistas e geólogos a decifrar o mineral para o qual eles estão olhando. Embora dureza, densidade e cor sejam termos autoexplicativos, traço, clivagem e lustre podem ser desconhecidos para alguns. O lustre descreve a facilidade com que um mineral reflete luz. O traço descreve a cor do mineral na forma de pó, que pode ser determinado ao se criar fricção entre o mineral e uma superfície dura. A clivagem define o modo como um mineral quebra em pedaços menores, que geralmente se dá em pequenos cubos ou folhas finas. Minerais com baixa ou nenhuma clivagem tendem a se fraturar com facilidade, ou quebrar em lugares aleatórios ao invés de planos consistentes.

Minerais são necessários para a vida orgânica saudável, mas eles também facilitam invenções humanas excepcionais. Os seres humanos potencializaram as propriedades dos minerais para auxiliar as atividades do dia a dia de povos do mundo todo. Por exemplo, o cobre, um mineral não silicato, é o mineral mais vital utilizado na vida moderna. Ligar itens, que vão desde torradeiras a carros, é facilitado com fiações que contêm cobre, um condutor natural de eletricidade. O enxofre, um único elemento mineral, é essencial na produção de fogos de artifício e fósforos. O gesso serve de base para drywall e age como uma linha de defesa inicial contra incêndios prediais, devido à sua composição química que inclui água.

O que são pedras polidas?

Pedras polidas são rochas ou minerais que foram polidos até que suas superfícies se tornassem lisas. Esse processo as transforma em peças de beleza natural, brilhantes e coloridas, em diversos formatos e cores.

As pedras são polidas em um aparelho chamado de “tamboreador”. Esse recipiente recebe as pedras e as torneia contra uma superfície abrasiva e água, suavizando a superfície da pedra em um processo que pode demorar até várias semanas. Depois, a pedra é então torneada com um polidor de rocha, como o óxido de alumínio, para adicionar um acabamento brilhoso. Após esse processo, as pedras podem ainda ser tratadas com tinturas, óleos, cera ou calor. Esses tratamentos adicionais realçam as cores ou padrões existentes e podem melhorar a aparência das pedras ao esconder imperfeições.

Ao escolher uma rocha para usar no tamboreador, é importante selecionar as que tenham entre 5 e 8 na escala de dureza. Uma pedra muito dura pode não ser bem polida, e uma muito mole pode não ter durabilidade suficiente para aguentar o processo. Materiais comuns que as pessoas frequentemente usam incluem ágata, granito, minerais como granadas ou pedras da lua e variedades de cristais de quartzo. Algumas pessoas já usaram até mesmo pequenos pedaços de madeira petrificada.

Pedras polidas possuem uma grande variedade de uso pessoal e comercial. Para alguém que acabou de iniciar a própria coleção de rochas, as pedras polidas são um meio fácil e econômico de começar a adquirir peças únicas. Pedras polidas têm sido historicamente utilizadas como ferramentas para meditação e bem-estar espiritual. Comumente encontradas em spas, essas pedras são frequentemente chamadas de cristais de cura e, em algumas práticas de medicina alternativa, são usadas para tratar o espírito do corpo ou “chacras”. Em um sentido menos religioso, as pedras polidas também podem ser usadas em decorações, na fabricação de joias e em outros trabalhos manuais.

Conclusão

Apesar de existirem literalmente em todo lugar e ter ocorrência natural na Terra, a ampla vastidão de rochas e minerais continua a cativar a humanidade. Entender como identificar e categorizar as rochas nos ajuda a decifrar a história da Terra muito antes dos seres humanos serem a espécie mais populosa, e o conhecimento dos minerais ajuda a manter o funcionamento orgânico saudável do corpo e impulsionar os ecossistemas nos quais os minerais naturais são encontrados.